De estreante do campeonato das repartições a campeão cearense de
futsal no seu terceiro ano de disputa oficial, o Sumov completa 50 anos,
nesta quarta-feira (12), com a parede repleta de títulos e conquistas.
Um crescimento vertiginoso que abraçou o país e colocou o Ceará como
celeiro de craques, criadouro de mitos da modalidade. Um passado
glorioso que até hoje alimenta a camisa de um dos mais tradicionais
clube de futsal que o país viu crescer e escrever a própria história.
Sumov em 2001, no ginásio Paulo Sarasate, pela Taça Brasil (Foto: Tuno Vieira/Agência Diário) |
Só
em títulos cearenses, o clube soma 22 troféus. Seis conquistas de Taça
Brasil (isso no adulto, fora os três da categoria juvenil) e dois
Sul-Americanos completam o currículo da equipe cearense. A primeira
conquista estadual foi em 1971,
sob o comando de César Vieira, maior
campeão no comando técnico do Sumov. Para o ex-treinador, dirigir um
elenco com aquele potencial era fácil. Foi muito fácil ser
técnico do Sumov. O time não temia jogar em canto nenhum. Jogavam como
se tivessem em casa - pontuou, em conversa com o GloboEsporte.com/ce.
As
lembranças permeiam a memória do ex-treinador e multicampeão pelo clube
cearense. Campeão mundial pela seleção brasileira, César rememora com
alegria o título de campeão sul-americano com o Sumov. Se bem que, em
certo ponto, seleção brasileira e Sumov até se confundiam, como bem
citou César.
Era como se fosse a seleção, sim. O Sumov tinha
grandes jogadores. Mas o resto do país também tinha jogadores muito
bons, não tiremos o mérito deles. O que era o diferencial do Sumov é que
um resultado adverso nunca deixava o time para baixo. Porque o Sumov
perdeu várias partidas ao longo da sua história, claro. Mas perdia
lutando até o fim - relembrou.
César Vieira é irmão de Silvio Carlos. Este último é o atual presidente da Federação Cearense de Futebol de Salão (FCFS). A vida dos dois permeia a história do futsal cearense, especialmente do Sumov. Silvio Carlos não esconde a emoção ao falar da sua relação com o clube.
César Vieira é irmão de Silvio Carlos. Este último é o atual presidente da Federação Cearense de Futebol de Salão (FCFS). A vida dos dois permeia a história do futsal cearense, especialmente do Sumov. Silvio Carlos não esconde a emoção ao falar da sua relação com o clube.
Lembro de um título que nós conquistamos da Taça Brasil. Fomos campeões. Não lembro qual foi o ano, porque foram vários. Mas lembro claramente dos jogadores chorando, foi uma grande emoção. Mas o bom mesmo acontecia na chegada do aeroporto. Se bem que isso era comum. Cada vez que chegava em Fortaleza, era o aeroporto lotado. Os torcedores sempre iam parabenizar. Vivi grandes emoções com o Sumov.
César Vieira foi técnico do Sumov nos tempos áureos (Foto: Kid Júnior/Agência Diário) |
Boas lembranças
Mas há sempre muito a agradecer. Principalmente quando a história é tão vitoriosa. E, claro, há sempre muitas histórias a contar. Cacá, ex-jogador do Sumov e um dos maiores ídolos nestes 50 anos de clube, guarda várias delas. Em especial, a da conquista da primeira Taça Brasil, em 1978.
- Lembro do primeiro campeonato que ganhamos. Ficamos hospedados em um quartel. Como os soldados, ficávamos em beliches. Não tinha ar-condicionado, nem ventilação. Fazia muito calor. Não conseguíamos nem dormir. Perdemos o primeiro jogo de 5 a 2. Até que alguém estava andando por lá e viu o auditório do quartel com ar-condicionado. Foi dito e feito. Falamos com os supervisores do quartel, pegamos os colchões, e dormimos todos no auditório. Não sei se foi coincidência ou não, mas depois começamos a ganhar todas - relembra, entre risos.
Mas há sempre muito a agradecer. Principalmente quando a história é tão vitoriosa. E, claro, há sempre muitas histórias a contar. Cacá, ex-jogador do Sumov e um dos maiores ídolos nestes 50 anos de clube, guarda várias delas. Em especial, a da conquista da primeira Taça Brasil, em 1978.
- Lembro do primeiro campeonato que ganhamos. Ficamos hospedados em um quartel. Como os soldados, ficávamos em beliches. Não tinha ar-condicionado, nem ventilação. Fazia muito calor. Não conseguíamos nem dormir. Perdemos o primeiro jogo de 5 a 2. Até que alguém estava andando por lá e viu o auditório do quartel com ar-condicionado. Foi dito e feito. Falamos com os supervisores do quartel, pegamos os colchões, e dormimos todos no auditório. Não sei se foi coincidência ou não, mas depois começamos a ganhar todas - relembra, entre risos.
Lavoisier vestiu a camisa do Sumov durante oito anos (Foto: Divulgação/ACBF) |
Lavoisier
Freire chegou ao Sumov em 1989. Tímido, via viu seus ídolos ajudarem o
clube a construir a gloriosa história. Logo percebeu que queria
participar dela também. Com as luvas do Sumov, foi campeão cearense e
brasileiro, nas categorias juvenil e adulto. As lembranças
são as melhores. Meu primeiro treinador foi o Jorge Renato. Lembro do
Cacá, que tava no adulto. Lendas do futsal com os quais eu tive o prazer
de trabalhar. Fiquei de 1989 a meados de 1996. O Sumov foi participante
ativo da formação do meu caráter. O ginásio Aécio de Borba foi a minha
segunda casa. Chegava pela tarde e ficava até tarde da noite. As
recordações são as melhores. Eram tempos de glória - rememorou. Mas
os ditos tempos de glória se foram. Hoje, apenas com as recordações dos
momentos áureos dos últimos 50 anos, o Sumov tenta se reeguer para
ocupar seu espaço no cenário nacional do futsal e, quem sabe, voltar a
erguer taças e revelar craques como Lavoisier, Cacá, Zé Milton, Leonel e tantos outros que vestiram a tradicional camisa do time cearense.
Fonte:
Matéria de Juscelino Filho - Globo Esporte.Ce - Verdes Mares
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